Em uma mensagem de e-mail, Bocaranda disse que "o tratamento em Cuba é o que agora provocou" a rápida transferência ao Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, um centro de referência em oncologia na América Latina. Já o colunista Merval Pereira, do jornal "O Globo", reportou que não está claro quando Chávez chegará a São Paulo, embora isso possa ocorrer neste fim de semana ou nos próximos três a quatro dias.
Uma porta-voz do Hospital Sírio-Libanês disse à agência Dow Jones que os médicos não têm conhecimento de qualquer preparação para receber Chávez. Ele acrescentou que o governo venezuelano não contactou o hospital para organizar o tratamento. Um funcionário graduado do governo brasileiro disse que não existem informações de que Chávez irá ao Brasil nos próximos dias. Bocaranda publicou em várias ocasiões informações antecipadas sobre a doença que aflige o presidente venezuelano, apesar de constantes negativas do governo, que mais tarde era forçado pelos fatos a admitir o conteúdo das reportagens do jornalista.
Chávez, que tentará se reeleger presidente nas eleições de 7 de outubro, teve uma segunda lesão cancerígena removida da pélvis em fevereiro, cerca de oito meses após a extração de um tumor na mesma área. Ele buscou grande parte do tratamento em Cuba e voltou a Caracas na quarta-feira, após completar um segundo ciclo de radioterapia.
Na quinta-feira, o presidente venezuelano de 57 anos participou emocionado de uma missa em seu Estado natal, Barinas, na qual pediu a Deus para viver porque ainda tinha "muitas coisas para fazer". "Me dê a sua coroa, Jesus, me dê a sua cruz... Não me leve ainda" disse Chávez a uma imagem de Cristo, durante a missa.