Junto com as duas manifestações prosseguiu a guerra de números. Cada um deles reivindicou mais de 100 mil participantes, número impossível de verificar.
Nicolas Sarkozy, que as pesquisas apontam como derrotado no segundo turno, voltou a apelar para a "maioria silenciosa", após se inscrever na continuidade dos grandes personagens da história da França.
Convocou a França silenciosa a tomar a palavra. "Não tenham medo, eles não vencerão se vocês decidirem que querem ganhar", disse, antes de pedir: "Ajudem-me, ajudem a França!".
Em seu discurso, Nicolas Sarkozy prometeu que, se for eleito, a França abrirá um debate sobre o papel que o Banco Central Europeu (BCE) pode desempenhar para apoiar o crescimento dos países da Eurozona.
"Quero levantar não apenas o problema das fronteiras, mas também o do papel do Banco Central no apoio ao crescimento. É uma questão que não podemos evitar, porque a Europa não quer perder o chão na economia mundial e deve absolutamente retomar o crescimento", disse.
"Se o BCE não apoia o crescimento, não teremos crescimento suficiente", insistiu, ressaltando "os limites das regras fixadas no tratado de Maastricht".
Este tratado estipula que o BCE tem por principal função ser o guardião da ortodoxia monetária e orçamentária dos países da Eurozona e vigiar a inflação.
François Hollande já anunciou sua intenção de renegociar, se for eleito, o tratado europeu de disciplina orçamentária (assinado no início de março por 25 países europeus) para agregar ao mesmo um capítulo sobre o crescimento, um projeto denunciado por Sarkozy.
A alguns quilômetros de distância do comício de Sarkozy o candidato socialista começou seu discurso na esplanada do castelo de Vincennes referindo-se ao tempo, num momento em que uma pequena clareira se abria em um dia cinza e com vento. "O sol brilha, ainda não esquenta, mas está chegando", disse.
François Hollande denunciou a atitude da direita "que agita o medo", e afirmou que nada irá deter os socialistas.
"Nós vamos conjurar os medos". "A direita agita o medo, na falta de suscitar a adesão". "O candidato em fim de mandato conhece a dificuldade de sua situação, não é cuidadoso sobre os argumentos suscetíveis de aterrorizar os franceses", disse.
No entanto, não basta recusar o adversário, é preciso "fixar uma nova fronteira para uma nova França", disse.
"O chamado que lanço não é apenas a rejeição do candidato atual. Minha responsabilidade é mais alta", "minha responsabilidade é abrir um novo tempo", disse Hollande.
As últimas pesquisas de intenções de voto situam Nicolas Sarkozy e François Hollande lado a lado no primeiro turno de 22 de abril, mas preveem uma ampla vantagem para Hollande no segundo turno, previsto para 6 de maio.