Faltando exatamente cem dias para o início das Olimpíadas de Londres-2012, os organizadores prometeram "não decepcionar" e "inspirar uma geração". Enquanto as instalações esportivas parecem estar prontas, ainda há dúvidas em relação ao transporte e à segurança.
"Temos a obrigação de organizar grandes Jogos para os participantes", completou o ex-atleta, bicampeão olímpico dos 1.500 metros.
A chuva atrapalhou um pouco a festa, que previa a inauguração de imensos anéis olímpicos formados com 20.000 flores plantadas no parque, que devem ser vistos por todos os passageiros que aterrissarem no aeroporto de Heathrow.
O dia também foi marcado pela apresentação do lema oficial destas Olimpíadas, "Inspire a generation" (Inspirar uma geração), que, de acordo com os organizadores, reflete as promessas feitas durante a candidatura, de deixar um legado duradouro para o país e incentivar a prática do esporte entre os mais jovens.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jaques Rogge, se disse convencido de que estes Jogos vão de fato "inspirar toda uma geração".
"No mundo todo cresce o entusiasmo, as expectativas são muito altas, mas confio em Londres e no Reino Unido para organizar um grande evento esportivo e acolher calorosamente todos os visitantes", afirmou Rogge num comunicado divulgado nesta quarta-feira.
A cerimônia de abertura acontecerá no dia 27 de julho, e será comandada pelo cineasta Danny Boyle, que ganhou oito oscar em 2008 com o filme 'Slumdog Millionaire' (Quem Quer Ser um Milionário"), diante de 80.000 espectadores e outros milhões que assistirão ao espetáculo pela televisão.
Quando a rainha Elizabeth II declarar oficialmente os Jogos abertos, 10.500 atletas de 2005 países vão participar de 302 provas até o dia 12 de agosto.
O velocista jamaicano Usain Bolt, aguardado como a grande estrela destas Olimpíadas, aproveitou esta data simbólica, cem dias antes do início das competições para divulgar sua meta: defender os três títulos que conquistou em Pequim-2008.
"As pessoas querem que eu corra em 9,4 (100 metros) e 19 segundos (200 metros), é incrível", afirmou Bolt, 25 anos, em uma entrevista ao canal britânico BBC.
"Estou trabalhando o mais duro possível para poder ser o mais rápido possível", completou.
Em Pequim, Bolt era a principal estrela do atletismo e conquistou o ouro nos 100 metros, 200 metros e no revezamento 4 x 100 metros.
Além disso, na capital chinesa bateu os recordes do mundo nos 100 e 200 metros, com os tempos de 9,69 e 19,30 segundos, respectivamente.
Um ano depois, no Mundial de Berlim, estabeleceu novos recordes: 9,58 e 19,19 segundos.
O palco onde Bolt espera se tornar definitivamente uma lenda viva do esporte é o estádio Olímpico, que como a maioria das instalações esportivas foi construído numa ex-zona industrial degradada ao leste de Londres.
Parte destas arenas já mostraram que estão à altura do evento por ter recebido com êxito competições internacionais em eventos-testes nos últimos meses.
Apesar do otimismo dos organizadores, existem, porém, aspectos que podem estregar a festa.
A principal preocupação é a saturada rede de transportes públicos da capital inglesa, que pode causar problemas para o deslocamento de torcedores e atletas.
Quarenta anos depois do massacre de Munique-1972, quando 17 pessoas morreram após atletas israelenses terem sido foram tomados de reféns grupo terrorista palestino denominado Setembro Negro, a segurança também preocupa.
Londres também sofreu com o terrorismo em julho de 2005, logo depois de ter sido escolhida como sede dos Jogos, com atentados que fizeram 56 mortos.
Mais de 40.000 policiais se preparam há meses para qualquer eventualidade. O secretário de Estado para o Esporte Hugh Robertson, informou que tinha total confiança de que estes Jogos serão "seguros".
Os britânicos também estão preocupados com o alto custo do evento para os cofres públicos, cujo orçamento total foi avaliado em 9,3 bilhões de libras (14,8 milhões de dólares).
De acordo com uma pesquisa do instituto ComRes para a Radio 5 da BBC, cerca de dois terços dos entrevistados (64%) consideram que o contribuinte terá de pagar um preço alto demais. No entanto, 55% consideram que o evento será benéfico para o Reino Unido.