Uma das desalojadas, Lubna al-Natshe, afirmou que toda a mobília de sua família foi retirada. "Vieram às oito da manhã (02h00, horário de Brasília) para nos desalojar, e quando meu marido tentou resistir, agrediram ele e o prenderam", conta a mulher, destacando que a família de seu esposo vivia ali há cerca de 60 anos. Os policiais "afirmaram que os colonos haviam comprado essa casa há 73 anos", disse, surpresa.
Uma porta-voz do movimento anticolonização israelense 'A Paz Agora', Hagit Ofran, confirmou a existência de reivindicações contraditórias nos terrenos em que as casas foram construídas.
"Antes de 1948 (ano da criação do Estado de Israel), viviam aqui judeus e alguns compraram partes da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental", explicou a porta-voz, esclarecendo que esses terrenos passaram para o controle jordano após a primeira guerra entre árabes e israelenses.
"No entanto, os palestinos também dizem ter comprado esses terrenos, mais ou menos na mesma época", acrescentou.
Depois da anexação de Jerusalém Oriental na guerra de junho de 1967, Israel proclamou toda a cidade como sua capital "eterna e indivisível".
Já os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital de seu futuro Estado.