Muitos egípcios suspeitam que os generais que estão no poder desde a saída de Mubarak estão manipulando o processo para garantir seu poder, assegurar a vitória de candidatos ligados pró-militares e evitar reformas.
"Abaixo o governo militar", gritavam os manifestantes. Faixas espalhadas por toda a praça condenavam candidatos vistos como remanescentes do regime de Mubarak.
Mas a multidão na praça Tahrir estava dividida entre grupos rivais que apresentavam reclamações e objetivos diferentes. Por isso, os participantes não conseguiram chegar a uma lista unificada da exigências.
Grupos liberais e de jovens pediram que todas as facções chegassem a um acordo sobre um candidato "antimilitar" para a presidência, mas a poderosa Irmandade Muçulmana e outros grupos islamitas, que têm suas próprias ambições na corrida presidencial, se recusaram a assinar o acordo.
Outra poderosa força representada na praça eram os ultraconservadores salafistas, um movimento islâmico que é ainda mais linha-dura do que a Irmandade. Muitos deles estão furiosos com a desqualificação de seu candidato, Hazem Abu Ismail, que foi proibido de concorrer porque sua mãe tinha cidadania norte-americana.
A eleição presidencial está marcada para os dias 23 e 24 de maio. O novo presidente será anunciado em 21 de junho. O conselho militar prometeu transferir o poder para uma administração civil eleita no início de julho.