Esta decisão esfria as esperanças da defesa do soldado americano de 24 anos de ver retirada as 22 acusações contra ele, entre as quais a de colaboração com o inimigo e de colocar em perigo a segurança nacional.
O advogado do soldado, David Coombs, criticou na terça-feira a acusação de "conluio com o inimigo" ao explicar que Manning não teve "intenção criminosa" e que, portanto, o crime não foi cometido.
Mas a defesa venceu uma outra disputa ao obter da juíza uma ordem para que os promotores forneçam, até 18 de maio, relatórios da CIA e do FBI sobre os danos causados pela publicação dos documentos confidenciais pelo site Wikileaks.
Os advogados de Bradley Manning esperam que esses relatórios aliviem a acusação, para a qual a publicação de documentos tem causado graves danos à segurança nacional.
A juíza Lind ordenou que os procuradores analisem os discos rígidos dos computadores da unidade onde Bradley Manning serviu no Iraque.
A defesa espera que a análise dos discos rígidos revele outros membros de sua unidade que também fizeram download de programas não autorizados, incluindo softwares de mensagens instantâneas e jogos, em computadores supostamente seguros.
Bradley Manning é acusado de passar ao Wikileaks, entre novembro de 2009 e maio de 2010, documentos militares dos Estados Unidos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, e 260.000 telegramas do Departamento de Estado. A organização criada por Assange postou então os documentos na internet, o que desencadeou uma tempestade na diplomacia mundial.
Bradley Manning não anunciou se vai se declarar culpado ou não. A juíza definiu provisoriamente para o dia 21 de setembro o início de seu julgamento pela Corte Marcial. Caso seja condenado, ele pode pegar prisão perpétua.