Osama Bin Laden se preocupava com as mortes "desnecessárias" entre a população muçulmana durante ataques realizados pela Al-Qaeda, escreveu em uma carta datada de maio de 2010 e recuperada em sua residência de Abbottabad, Paquistão. "Pedimos a cada Emir nas regiões que tenham extremo cuidado ao controlar o trabalho militar" e anulem "outros ataques em razão da possibilidade de que existam vítimas civis desnecessárias", escreveu o chefe da Al-Qaeda em uma das 17 cartas publicadas pelo Centro de Combate contra o Terrorismo da academia militar de West Point.
Bin Laden expressou seu temor de que sua rede perdesse a simpatia dos muçulmanos e descreveu as operações em que eram mortos como "erros", acrescentando que era importante "que nenhum muçulmano caia como vítima, exceto quando for absolutamente essencial". "Isto nos levará a ganhar algumas batalhas, mas a perder a guerra", escreveu.
O governo dos Estados Unidos publicou nesta quinta-feira 17 documentos encontrados no complexo em que Osama Bin Laden se escondia durante a operação americana que terminou com sua vida no dia 2 de maio de 2011.
Os documentos incluem cartas ou rascunhos de cartas datadas entre setembro de 2006 e abril de 2011, um total de 175 páginas escritas em árabe.
Também há correspondências internas da Al-Qaeda, além de cartas de Bin Laden e de líderes do grupo associado no Iêmen, assim como de militantes na Somália e no Paquistão.
A divulgação dos documentos é parte da celebração do aniversário da morte de Bin Laden, no dia 2 de maio de 2011, durante a qual o presidente Barack Obama e seus colaboradores relembraram a operação secreta das forças de elite SEALS da Marinha, que acabou com a vida do líder da Al-Qaeda.