O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, refutou nesta quinta-feira a possibilidade de o Brasil atuar como mediador na crise político-econômica entre Argentina e Espanha, após o país vizinho anunciar a nacionalização de empresas de capital espanhol. "Nesse caso, somos apenas ouvintes", disse Patriota à Agência Estado, após participar de sabatina do Grupo Folha. Nesta semana, o ministro teve encontros em Brasília com os chanceleres argentino, Hector Timerman, e espanhol, José Manuel García-Margallo.
Durante a sabatina, Patriota evitou polêmicas envolvendo questões sensíveis entre os dois países e o Brasil. Segundo ele, as negociações comerciais com a Argentina, que adotou uma política de não renovação das licenças automáticas de importação de produtos brasileiros, seguirão um cronograma acertado entre os dois vizinhos, com uma reunião técnica prevista para até a primeira quinzena de junho. "A Argentina está muito longe de ser pedra no sapato: é um aliado estratégico", disse o ministro.
Patriota ratificou a posição de apoio à Argentina na tentativa do país de reassumir a soberania sobre as Ilhas Malvinas, território inglês. "É uma posição brasileira e de toda a América Latina e Caribe", justificou.
Sobre as relações com a Espanha, Patriota sinalizou que Brasil e o país europeu caminham para adotar posturas menos rígidas no tratamento a brasileiros e espanhóis no processo de entrada nos aeroportos de ambos os países. Segundo ele, novas medidas sobre esse assunto podem ser tomadas até a visita do rei Juan Carlos ao Brasil, prevista para junho.