Cuba acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de "roubarem" sua icônica marca de rum Havana Club, após o veredicto da Suprema Corte americana que rejeitou um recurso apresentado pela francesa Pernod Ricard contra a americana Bacardi, em uma disputa entre os dois grupos pela posse da marca.
O Supremo Tribunal americano concluiu na segunda-feira uma batalha judicial que começou nos anos 1990 entre os dois grupos com o indeferimento de um recurso da Pernod Ricard contra a Bacardi, que vende nos Estados Unidos um rum produzido em Porto Rico sob o nome Havana Club.
A marca Havana Club foi registrada nos Estados Unidos de 1976 a 2006 pela Pernod Ricard que, em parceria com a Corporación Cuba Ron SA, distribui o rum para 120 países, exceto aos Estados Unidos por causa do embargo econômico por parte de Washington contra Cuba iniciado em 1962.
A renovação deste registro tem sido alvo de um processo judicial demorado.
O Ministério das Relações Exteriores cubano atribuiu o veredicto às "manobras" da comunidade anti-Castro nos Estados Unidos, "em retribuição às generosas contribuições financeiras que recebem da empresa Bacardi".
A companhia Bacardi foi fundada em 1862 em Cuba, mas todos os seus bens foram nacionalizados após a chegada ao poder de Fidel Castro, em 1959.
Pernod Ricard anunciou paralelamente ao registro nos Estados Unidos de uma nova marca de rum cubano, Havanista, "dedicado somente ao mercado americano, que será vendida quando o fim do embargo contra Cuba permitir".
Em 2011, as vendas de Havana Club chegaram a 3,84 milhões de caixas de nove litros, de acordo com a Pernod Ricard.