Barack Obama e François Hollande insistiram na necessidade do crescimento econômico nesta sexta-feira em seu primeiro encontro em Washington poucos antes de uma cúpula do G8, na qual a chanceler alemã, Angela Merkel, deverá defender a austeridade orçamentária.
Recebido pela primeira vez na Casa Branca desde que assumiu suas funções de presidente da República francesa na terça-feira, Hollande assegurou que houve uma convergência de pontos de vista com seu colega americano sobre o crescimento.
Com a palavra diante da imprensa após o seu encontro de cerca de 90 minutos, Obama assegurou que a cúpula do G8, que começa nesta sexta-feira à noite em sua residência de campo de Camp David (Maryland, leste), apresentará "uma abordagem responsável da austeridade orçamentária, acompanhada de medidas enérgicas em favor do crescimento".
O presidente francês, assim como o novo chefe de governo italiano, Mario Monti, que também estará presente nesta cúpula dos oito países mais industrializados, deseja orientar a política econômica de seu país na direção do crescimento, indo de encontro ao rigor pregado por Merkel.
Candidato à reeleição em 6 de novembro, o presidente Obama acompanha de perto a situação na Europa, que afeta a economia americana.
No momento em que o bloqueio político na Grécia desperta temores de uma volta do país ao dracma, Hollande ressaltou que seu anfitrião e ele próprio tinham "a mesma convicção de que a Grécia deve permanecer na zona do euro".
Em declarações durante uma entrevista coletiva à imprensa posterior, Hollande pediu que "tudo seja feito para que os gregos possam permanecer na zona do euro e para que se possa dar apoio a eles em matéria de crescimento, de atividade de investimentos, de apoio indispensável".
A cúpula de Camp David, localizada no coração de montanhas arborizadas 100 km a noroeste de Washington, abordará a situação no Afeganistão, depois que Hollande prometeu retirar as tropas francesas no final do ano. Os outros países da Otan têm até o momento como objetivo permanecer no país até o final de 2014. "Lembrei ao presidente Obama que eu tinha feito a promessa de retirar nossas tropas de combate do Afeganistão até o fim de 2012", declarou Hollande no salão oval. "Também disse que haverá ainda um apoio sob outra forma".
Durante sua entrevista coletiva à imprensa, ele afirmou que "a retirada não é negociável. A retirada das forças combatentes, é uma decisão da França e esta decisão será aplicada". "Tenho consciência de que a França está em uma aliança, de que ela está comprometida com as operações há muito tempo, então ela deve fazer suas escolhas com inteligência, em associação com seus aliados e, principalmente, com nossos parceiros americanos", acrescentou Hollande.
Além da cúpula do G8, a situação no Afeganistão também estará no cardápio da cúpula da Otan, que será realizada em Chicago no domingo e na segunda-feira.
A cúpula do G8 começará com um jantar de trabalho dedicado em particular à questão nuclear iraniana, antes da retomada das negociações da República Islâmica com o "grupo dos seis" em Bagdá.
Os líderes do G8 (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Itália, França, Alemanha, Japão, Rússia), deverá também abordar temas delicados no cenário internacional, em particular o programa nuclear da Coreia do Norte e a repressão na Síria.
Esta cúpula é marcada, no entanto, pela ausência do presidente russo, Vladimir Putin, que enviou seu antecessor e primeiro-ministro, Dmitri Medvedev. Moscou, ao lado de Pequim, bloqueou a adoção de resoluções contra o regime de Bashar al-Assad no Conselho de Segurança da ONU.