Um grupo que defende direitos dos refugiados e é baseado em Washington (EUA), pediu nesta segunda-feira ajuda para os refugiados sírios que fugiram da revolta e da repressão que começou em março do ano passado e estão no Líbano e na Jordânia. A organização Refugees International (RI) afirma que a Jordânia recebeu mais de 110 mil refugiados sírios e o Líbano outros 26 mil. Na Jordânia, muitos refugiados estão nas casas de jordanianos, que ajudam a alimentar e a prover abrigo aos refugiados. A RI é uma Organização Não Governamental.
A Refugees International afirma que seus dados refletem números oficiais dos governos da Jordânia e do Líbano, embora não do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Dados do ACNUR de 12 de abril indicavam que existiam 44.570 refugiados sírios, dos quais 24.674 estavam na Turquia. Não existe explicação clara para a discrepância de números entre as organizações; uma hipótese é que muitas famílias de refugiados estejam abrigadas nas casas de familiares, amigos e conhecidos.
A Refugees disse que com suas economias enfraquecidas e problemas políticos, tanto o Líbano quanto a Jordânia não têm condições de aceitar de maneira digna "milhares de refugiados pobres e vulneráveis da Síria". O Líbano e a Jordânia já abrigaram, nos últimos dez anos, dezenas de milhares de refugiados iraquianos.
Na Jordânia, particularmente, os funcionários públicos reclamam que os refugiados sírios estão exaurindo os serviços sociais e de saúde do governo e também os esparsos poços d'água do deserto. Eles temem que a chegada do verão e da estação seca, a partir do final de junho, leve à falta d´água.
O presidente da RI, Michel Gabaudan, disse que considerando a pressão que os governos do Líbano e da Jordânia enfrentam, com alto desemprego interno e uma rede de proteção social fraca, os países fizeram "um esforço verdadeiro para acomodar os refugiados sírios". Ele afirma, contudo, que os serviços sociais dos dois países já estão "no limite".
"A não ser que os países ocidentais ajudem a suprir essas carências, essa generosidade poderá evaporar rapidamente sob pressões políticas e econômicas internas".