Dezesseis pessoas foram presas pelo suposto envenenamento de estudantes afegãs, quando se começa a dar prioridade à hipótese do estresse das adolescentes para explicar os sucessivos desmaios, informaram fontes nesta terça-feira.
Segundo Robert Bartholomew, um sociólogo que afirma ter estudado mais de 600 casos similares em colégios desde 1566 na Europa, "o episódio afegão", no qual não foi encontrado rastro algum de veneno, "seguramente" foi causado pela "histeria coletiva".
Vários médicos da província compartilham sua análise, informou à AFP Abdul Saboor Ghufrani, um porta-voz do Ministério da Educação. Segundo a administração local, outras 60 alunas se queixaram nesta terça-feira de envenenamento.
"Houve vários casos de suposto envenenamento de alunas em Takhar, mas a investigação inicial dos equipamentos de saúde e de segurança da província não permitiu detectar rastros de veneno", disse Ghufrani.
"Em alguns casos, os médicos disseram que suspeitavam de que houvesse uma causa psicológica por trás desses incidentes", completou, apesar "da possibilidade de uma tentativa deliberada de contaminar as estudantes" não "pode ser definitivamente descartada".
"Alguns suspeitos foram detidos durante os últimos dias. A polícia está realizando interrogatórios. É necessário esperar que a investigação termine", destacou o porta-voz.
Enquanto estiveram no poder, de 1996 a 2001, os talibãs negaram o acesso ao colégio das crianças, e a suas mães eram impedidas de trabalhar e, inclusive, de sair de casa sem serem acompanhadas. Atualmente, são acusados dos supostos envenenamentos, mas eles negam.
Em meados de maio, a ONU disse estar "extremamente preocupada" com os recentes ataques contra o sistema educacional afegão. Uma escola para crianças de Nangarhar (leste) foi incendiada. Dezenas de estabelecimentos escolares tiveram de ser fechados na província de Ghazni (sul) devido às ameaças dos talibãs, mas reabriram suas portas.