Os Estados Unidos estão preocupados com as informação de que a Rússia enviou helicópteros de ataque à Síria, afirmou a secretária de Estado Hillary Clinton nesta terça-feira, acusando Moscou de mentir sobre estes envios de armas.
"Não resta dúvida de que o ataque segue o uso da artilharia pesada. Pedimos aos russos que detenham seus constantes envios de armas à Síria", assinalou.
Clinton disse que o enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, estava tentando formar um grupo de contato para trabalha num mapa do caminho para conseguir uma transição política que afastará o presidente sírio Bashar al Assad.
Esse grupo incluiria a Rússia, segundo Clinton, acrescentando que os Estados Unidos estão de acordo com isso.
"A Rússia afirmou reiteradas vezes que não está defendendo Assad, mas que se preocupa com o que virá depois de Assad e que trabalharia numa transição política", indicou.
Hillary também afirmou que será muito difícil estender para além de julho a missão de observadores da ONU na Síria, na ausência de progressos no terreno.
"Se não houver nenhuma mudança perceptível até julho, será muito difícil continuar uma missão que é cada vez mais perigosa para os observadores no terreno", declarou Hillary.
O atual mandato da missão da ONU, negociado durante três meses por Annan, expira em 20 de julho.
"Continuamos a apoiar os esforços de Kofi Annan, porque eles representam os esforços da ONU e da Liga Árabe", disse ainda.
O plano de seis pontos apresentado por Kofi Annan "é um bom plano. Mas é claro que não é aplicado", declarou a chefe da diplomacia americana, denunciando o "desprezo" do presidente sírio, Bashar al-Assad, em relação ao estabelecimento de um cessar-fogo.
"Temos em mente um calendário para saber se os esforços de Kofi podem ter êxito", acrescentou Hillary. "A data limite cai em julho, quando o Conselho de Segurança deve decidir se vai prolongar a missão".
Em Nova York, o chefe das operações de manutenção da paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou nesta terça-feira que a Síria atravessa atualmente uma situação de guerra civil.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 14.100 pessoas morreram desde o início da repressão na Síria, em março de 2011.