Uma ossada encontrada em uma igreja búlgara em 2010 pode, efetivamente, ser de São João Batista, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford, Grã-Bretanha, que submeteram os ossos a uma nova datação de carbono 14.
Reconhecendo a surpresa ao constatar a idade avançada da ossada, os cientistas destacaram, contudo, que esta datação não basta para autentificar a relíquia.
A descoberta ocorreu em 2010 por arqueólogos que faziam escavações em uma antiga igreja situada em uma ilha búlgara denominada Sveti Ivan, que significa, literalmente, "São João".
Thomas Higham e Christopher Ramsey tentaram datar os ossos humanos, mas apenas um deles, a falange, ainda continha suficiente colágeno (uma proteína fibrosa) para permitir uma boa datação por carbono 14, forma de carbono radioativo, portanto instável.
"Nós ficamos surpresos que a datação tivesse revelado uma idade tão avançada. Nós pensamos que os ossos fossem mais recentes, talvez dos séculos III ou IV. Contudo, os resultados são realmente coerentes com qualquer um que tenha vivido no século I", declarou o professor Higham em um comunicado.
"Se se trata de São João Batista ou não é uma pergunta que nós não podemos e provavelmente nunca poderemos responder", assegurou.
Outros cientistas, da Universidade de Copenhague, reconstituíram uma parte do genoma de três ossos. As sequências de DNA obtidas mostram que pertenceram a um único indivíduo, provavelmente do sexo masculino, portador de genes característicos do Oriente Médio, de onde São João Batista era originário.
O texto em questão pede a ajuda de Deus para "nosso servo Thomas", que segundo certas teorias teria ficado encarregado de levar estas relíquias para a ilha búlgara.
A análise desta caixa revelou que ela seria, possivelmente, originária da Capadócia, uma região da Turquia.
Para os cientistas búlgaros, as ossadas provavelmente chegaram à ilha procedentes da Antióquia, cidade turca onde a mão direita de São João foi conservada até o século X.