Jornal Estado de Minas

Papa admite que casos de pedofilia abalaram a imagem da Igreja

Em 2009 foram divulgados dois relatórios oficiais irlandeses que revelaram que durante décadas centenas de crianças desse país sofreram abusos sexuais de sacerdotes

O papa Bento XVI disse nesse domingo que os “pecados cometidos por sacerdotes e pessoas consagradas contra pessoas confiantes a seus cuidados”, das quais “abusaram” em vez de lhes mostrar o caminho a Cristo, “abalaram a credibilidade da mensagem da Igreja”. O pontífice fez essas declarações, referentes aos casos de padres que abusaram sexualmente de crianças na Irlanda, em um vídeo enviado por ocasião do encerramento do 50º Congresso Eucarístico Internacional, que terminou ontem em Dublin, República da Irlanda.
Bento XVI lamentou que “a gratidão e a alegria por uma história tão grande de fé e amor” como a da Igreja na Irlanda, tenham sido “afetadas de maneira terrível com a divulgação dos pecados cometidos por sacerdotes e pessoas consagradas”, em alusão aos casos de abusos sexuais a menores por parte de religiosos nesse país. “Como se explica que pessoas que recebem regularmente o corpo do Senhor e confessam seus pecados no sacramento da penitência tenham pecado desta maneira? Continua sendo um mistério. Mas evidentemente seu cristianismo não estava alimentado pelo encontro com Cristo”, declarou.

No dia 12, o cardeal Marc Ouellet, legado pontifício no 50º Congresso Eucarístico Internacional, se reuniu com vítimas de abusos sexuais por parte de clérigos, a quem pediu perdão em nome do papa e da Igreja e expressou “vergonha e remorso”. Em 2009 foram divulgados dois relatórios oficiais irlandeses que revelaram que durante décadas centenas de crianças desse país sofreram abusos sexuais de sacerdotes. Após conhecer esses casos, o papa disse que estava “desolado e angustiado” e que compartilhava com os fiéis a “indignação, a traição e a vergonha” por esses delitos sexuais.

REFUGIADOS


O papa Bento XVI defendeu ontem os direitos dos refugiados em pronunciamento feito durante a missa dominical do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano. O pontífice lembrou a proximidade de 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas para chamar a atenção da comunidade internacional sobre “as condições de muitas pessoas forçadas a fugir de sua própria terra ameaçadas por conflitos armados e graves formas de violência”.