A destituição de Gilani, chefe de governo desde a chegada ao poder de Zardari, em 2008, aumenta a instabilidade política de um governo que enfrenta a violenta rebelião islamita, dirigida pelos talibãs aliados da Al-Qaeda, e uma grave crise econômica.
Depois desta destituição, o Partido do Povo Paquistanês (PPP) de Zardari e Gilani, que dirige a coalizão no poder, tinha a opção de aceitar o veredicto e nomear outro de seus dirigentes em substituição de Gilani, ou questioná-lo, iniciando uma dura disputa com a justiça.
Zardari, muito impopular e apelidado de "Senhor 10%", em referência às múltiplas suspeitas de corrupção que pesam contra ele, iniciou na noite de terça-feira consultas com os dirigentes do PPP e com outros membros da coalizão.
Ao desclassificar Gilani, a Suprema Corte apontava diretamente para Zardari.
A mais alta jurisdição do país exige que sejam reabertos os julgamentos contra o presidente Zardari por suposto desvio de fundos públicos no valor de 12 milhões de dólares, no qual também está envolvida sua esposa Benazir Bhutto quando era primeira-ministra (1988-90 e 1993-96) e um de seus ministros.