Um piloto sírio em missão de treinamento desertou com um caça MiG-21 para a Jordânia nesta quinta-feira e pediu asilo político no primeiro caso do gênero desde o início do levante popular contra o presidente sírio Bashar Assad, há 15 meses, informaram autoridades locais.
Depois de pousar na base aérea Rei Hussein em Mafraq, 70 quilômetros ao norte de Amã, a capital jordaniana, o piloto, identificado como coronel Hassan Hammadeh, removeu sua identificação da força aérea e se ajoelhou na pista para rezar.
A deserção é bem vista pelos rebeldes que lutam desde março do ano passado pela queda de Assad, cuja família domina a Síria há mais de quatro décadas.
Um porta-voz do grupo rebelde Exército Livre da Síria, Ahmad Kassem, disse que a organização encorajou o piloto a desertar e o monitorou até a aterrissagem do caça na Jordânia. Segundo Kassem, o piloto operava no sul da Síria. O regime sírio já foi afetado antes por deserções, mas todas de militares de baixa patente.
A Síria é um dos principais parceiros comerciais da Jordânia, com comércio bilateral estimado em US$ 470 milhões por ano. A onda de violência no país já deixou mais de 14,4 mil mortos, segundo dados recentes do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização não-governamental (ONG) com sede em Londres.