Dezenas de militares sírios desertaram com suas famílias para a Turquia durante a madrugada, autoridades turcas disseram nesta segunda-feira, num momento em que aumenta a tensão entre os dois países após o abate de um avião militar turco por forças sírias. A agência de notícias estatal turca Anadolu informou que 33 militares da Síria, incluindo um general e dois coronéis, entraram na Turquia, integrando um grupo que totalizava 224 pessoas. Um oficial do governo, no entanto, disse que o grupo incluía três coronéis, mas nenhum general.
As deserções ocorreram três dias depois de a Síria derrubar um caça-bombardeiro turco que havia violado seu espaço aéreo, estressando ainda mais o relacionamento entre as duas nações, que já foram aliadas. A Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirma que a invasão do espaço aéreo sírio foi acidental e que o avião fazia um voo de treinamento para testar radares turcos e não para espionar o país vizinho. O governo turco convocou para esta terça uma reunião da OTAN para discutir o incidente. Às vésperas do encontro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sírio, Jihad al-Makdissi, disse que o território de seu país é "sagrado". "Se o objetivo da reunião é acalmar a situação e promover a estabilidade, nós desejamos que seja bem-sucedida", completou. Chanceleres da União Europeia condenaram hoje o abate do caça turco, mas disseram que o bloco não apoiará ações militares na Síria, que lida com uma grave onda de violência desde março do ano passado, quando teve início um levante popular contra o presidente Bashar Assad. A UE, por outro lado, aprovou novas sanções à Síria, estendendo uma proibição de viagens e congelamento de bens a seis empresas e uma pessoa.