O novo governo do presidente do Paraguai, Federico Franco, reagiu nesta segunda-feira com ironias à decisão do ex-presidente Fernando Lugo de instaurar um governo paralelo para fiscalizar e monitorar a equipe que o sucedeu. Para o ministro das Relações Exteriores paraguaio, José Félix Fernández Estigarribia, a iniciativa de Lugo é uma “piada” e se ele levar adiante sua decisão poderá responder judicialmente.
“É uma piada isso”, disse Fernández Estigarribia. “Ele (Lugo) é um ex-presidente. Não tem função administrativa alguma. Se ele falar como presidente, será submetido às sanções previstas nas leis paraguaias”, acrescentou.
Pela manhã, antes de Franco empossar toda a equipe ministerial, Lugo fez uma reunião denominada Gabinete de Restauração da Democracia e anunciou a decisão de instaurar o governo paralelo. Segundo ele, seu gabinete vai fiscalizar a equipe de Franco.
“Os ministros (do governo paralelo) se converterão em fiscais e vão monitorar todas as instâncias do governo ”, disse Lugo, em entrevista coletiva, concedida depois da primeira reunião do governo paralelo marcada para começar às 6h. Duas horas depois, Franco empossou os novos ministros do seu governo.
No último dia 22, Lugo foi destituído do poder. O processo de impeachment, permitido pela Constituição do Paraguai, foi aprovado pela Câmara e pelo Senado e, em menos de 24 horas, foi dada a decisão em favor da destituição do então presidente. Para a comunidade internacional das Américas, faltou tempo para Lugo se defender.