O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse hoje (26) que a entidade só atua para resolver conflitos por meio do diálogo com as partes. Ele recordou que durante o golpe que depôs o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, a OEA não interveio no processo.
“Não quero dar qualificações, o (ex-presidente Lugo) não falou em golpe constitucional. Houve uma decisão do Congresso (paraguaio) com a maioria necessária, mas não se deu a ele a possibilidade de se defender”, explicou.
O secretário-geral disse que o papel da OEA não será o de anular o impeachment. “Não vamos arbitrar o problema. Não vamos ser um tribunal que diga quem tem a razão. O que nós podemos fazer é buscar uma saída construtiva”, destacou.
Hoje e amanhã (27), a organização irá se reunir para tratar da crise no Paraguai, uma reunião extraordinária do Conselho Permanente foi convocada para debater o tema.
O ex-presidente Fernando Lugo sofreu processo de impeachment na sexta-feira (22) acusado de má gestão. Em menos de 24 horas, a Câmara e o Senado paraguaio aprovaram a saída de Lugo da Presidência. O vice-presidente, Federico Franco, assumiu o poder.
O governo brasileiro condenou a forma como o processo foi conduzido e disse que foi dado pouco tempo para Lugo se defender.