Um bebê indígena de seis meses, que participou junto com seus pais da marcha contra a construção de uma estrada em um parque ecológico, faleceu na madrugada desta quinta-feira, informaram à imprensa os familiares da vítima.
"Estava resfriada, muito resfriada", disse à AFP o tio da menina, Marcial Fabricano, que explicou ter recebido críticas de que a marcha não era composta por habitantes do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), razão pela qual eles resolveram participar na linha de frente do grupo.
Como "vinham nos dizendo que não havia moradores do TIPNIS na marcha, ontem a colocamos na primeira parte da coluna da marcha" e lá as bombas de gás que a polícia lançou sobre os indígenas que pretendiam entrar na Praça de Armas podem tê-la afetado, disse. "Não estamos culpando ninguém, mas teve algo a ver", disse Fabricano.
Uma integrante da família, que não quis se identificar, declarou à rede de televisão Uno que a menina "estava com tosse, seu peito doía e sua garganta não a deixava engolir. Sua mãe já havia levado para ser atendida e estavam dando remédios, que não surtiam efeito".
A ministra da Comunicação, Amanda Dávila, expressou condolências em nome do governo, mas criticou a presença de crianças na marcha: "Não se pode utilizar as crianças como instrumentos, como armas de uma política que compromete os pais. Deixemos de usar as crianças nesta guerra, que é uma guerra política", disse a autoridade.
A bebê, Yeseni Karen Fabricano, foi levada com urgência ao Hospital da Criança, onde sua morte foi confirmada, aparentemente devido a uma infecção, que teria se agravado pela altitude e pelo frio de La Paz, embora até agora não tenha sido divulgado o relatório oficial do médico legista.