Jornal Estado de Minas

Fotos de pessoas bizarras do século XIX ainda chamam a atenção pelo mundo

Foto da "Família Peluda Sagrada da Birmânia", um dos itens mais procurados por colecionadores das fotos de Charles Eisenmann - Foto: Reprodução Internet / www.gallery-naruyama.com
Mais de 140 anos depois de realizado, o trabalho do fotógrafo Charles Eisenmann continua chamando atenção pelo mundo. Nascido em 1855 na Alemanha, Charles já era conhecido em Nova York, quando em 1870 começou a registrar imagens de pessoas com deformações físicas. Os "cartões de gabinete", um formato de fotografia muito usado na época, ficaram famosos e passaram a ser colecionados por todos os Estados Unidos.
Galeria de fotos de Charles Eisenmann

JoJo era um dos "cartões de gabinete" prediletos do público - Foto: Reprodução Internet / www.gallery-naruyama.comDe acordo com a Galeria Naruyama, que reúne 300 registros do fotógrafo, Charles produziu uma série 700 fotos com pessoas com as mais diversas esquisitices. Anões, mulheres barbadas, pessoas andrógenas, deformações genéticas, deficientes físicos, siameses e deformações foram imortalizadas pelas lentes do alemão.

Ainda segundo a Galeria, ao contrário do que acontece atualmente, a maior parte das pessoas com diferenças não eram excluídas ou discriminadas, mas sim admiradas e reconhecidas. JoJo o Garoto com Cara de Cachorro, um jovem russo com o rosto coberto de pelos devido a uma doença genética chamada hipertricose, era uma das imagens mais famosas e disputadas da coleção.

A exibição de bizarrices era uma atividade conhecida no fim do século XIX e muitos dos modelos de Charles trabalhavam em circos itinerantes que percorriam o país.

Myrtle Corbin, gostava de realçar as quatro pernas - Foto: Reprodução Internet / www.gallery-naruyama.comMyrtle Corbin, a Mulher de Quatro Pernas, chegava a ganhar 450 dólares por semana para se exibir em feiras e apresentações. Segundo os médicos que a examinaram, as duas pernas presas no abdômen da mulher eram uma má divisão embrionária, que deveria ser sua irmã gêmea. Ainda de acordo com médicos, a parte que ficou presa no corpo de Myrtle desenvolveu-se completamente e tinha um aparelho reprodutor maduro. Myrtle foi casada com um médico e teve cinco filhos, alegava-se na época que dois eram de um sistema reprodutor e três de outro, mas os boatos nunca foram comprovados.

Atualmente os cartões de Charles ainda são negociados e os exemplares mais raros, se estiverem em boas condições, chegam a valer milhares de dólares.