A organização de direitos humanos, Human Rights Watch, denunciou hoje (3) a existência de 27 centros de tortura na Síria. Segundo relatório da organização, ex-presos e desertores identificaram a localização, os métodos de tortura e até os dirigentes dos centros de detenção que são comandados pelo serviço secreto da Síria. Segundo a organização, a maioria das vítimas é formada por homens entre os 18 e os 35 anos, mas há também entre as vítimas crianças, mulheres e idosos. De acordo com o relatório, a maior parte das torturas ocorreu nas instalações dos departamentos de Informações Militares, de direção da Segurança Política e nas direções-gerais de Informações e da Força Aérea da Síria, conhecidas como mukhabarat, segundo a organização.
%u201CTodas as testemunhas entrevistadas descreveram que só as condições dos centros de detenção podem já ser consideradas formas de maus-tratos, por causa da superlotação, má alimentação e recusa sistemática de assistência médica%u201D, diz o relatório. A organização pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que envie ao Tribunal Penal Internacional (TPI) uma denúncia contra a Síria e que adote sanções contra os responsáveis pelos abusos. Eles pediram ainda que o presidente Sírio, Bashar Al Assad, seja responsabilizado por crimes contra a humanidade. Desde o março do ano passado, mais de 16,5 mil pessoas foram mortas na Síria por causa dos conflitos entre as forças de segurança do presidente Assad e rebeldes contrários ao seu governo. No último sábado (30), o Grupo de Ação para a Síria decidiu criar um órgão executivo de transição para tentar pacificar o país. O órgão terá a participação de integrantes do governo de Assad e da oposição e será responsável por rever a Constituição síria e convocar eleições livres e multipartidárias.