O Paraguai anunciou nesta quarta-feira a retirada de seu embaixador na Venezuela e declarou "persona non grata" o embaixador de Caracas no país, diante do que estimou uma "grave intervenção" por parte do chanceler Nicolás Maduro na crise pela destituição do presidente Fernando Lugo.
"Diante das graves evidências de intervenção" de funcionários venezuelanos "em assuntos internos" do Paraguai, o governo "dispôs nesta data a retirada de seu embaixador acreditado diante do governo venezuelano", Augusto Ocampos Caballero, disse a chancelaria em comunicado. Mesmo assim, declarou o embaixador da Venezuela em Assunção, José Javier Arrúe de Pablo, "persona non grata", em conformidade com o previsto na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, informa o texto. Completa que Arrúe De Pablo não se encontra atualmente no Paraguai, pelo que resulta desnecessário fixar um prazo para que abandone o país e afirma que "a medida disposta tem efeito imediato". A Justiça do Paraguai anunciou nesta segunda-feira o início de uma investigação sobre uma suposta intromissão do ministro venezuelano de Relações Exteriores, Nicolás Maduro, que teria tentado mobilizar os comandantes militares paraguaios para evitar a destituição de Lugo em um julgamento político no Congresso. A pesquisa inclui o embaixador do Equador, Julio Prado. A presença de Maduro e Prado no Palácio de Governo junto aos comandantes militares das três armas, poucos minutos antes de ser divulgado o veredicto do julgamento político contra Lugo, foi registrada por um vídeo divulgado nesta terça-feira por ordem do presidente Federico Franco.