O presidente francês, François Hollande, tenta instaurar uma "democracia social" na França ao organizar nesta segunda e terça-feira uma conferência com os sindicatos e as organizações patronais para chegar a um consenso sobre as reformas destinadas a superar a crise. Em um país no qual as reformas são impostas em geral pelo poder executivo e no qual as relações sociais terminam frequentemente em confronto, o governo socialista busca o caminho dos compromissos sobre a luta contra o desemprego, a competitividade, a proteção social e as aposentadorias.
As economias mais eficazes são "as que souberam estabelecer compromissos duráveis", disse Hollande ao inaugurar nesta segunda-feira a conferência social. "A França não desenvolveu uma cultura da negociação", lamentou, antes de anunciar sua intenção de "inscrever na Constituição" o diálogo social, que deverá ocorrer antes que um projeto de lei sobre temas sociais seja apresentado. O presidente evocou "três grandes desafios" para o país: o equilíbrio das contas públicas, a deterioração da competitividade e o desemprego. Cerca de 300 pessoas participam desta conferência social de dois dias organizada em diversas mesas redondas. Mas não se espera que sejam tomadas decisões na mesma.