Jornal Estado de Minas

Manifestantes e polícia entram em confronto na Espanha

AgĂȘncia Estado
Pelo menos 1.000 manifestantes espanhóis "indignados" realizaram um protesto contra o programa de austeridade antes de alguns deles entrarem em confronto com a polícia, que bateu nos participantes com cassetetes.
Cercados por cerca de 20 vans da polícia, eles estavam do lado de fora da sede do Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy e gritavam "renuncie! Renuncie!" e "eles estão enchendo seus bolsos!"

Carregando uma faixa na qual estava escrito "eles chamam isso de democracia, mas não é", os manifestantes tomaram o rumo da sede da legenda opositora, o Partido Socialista, a quem também acusam de incompetência, por causa da crise.

Mas o grupo foi impedido pela polícia antidistúrbio antes que os manifestantes pudessem tomar a direção do Parlamento. Pelo menos três pessoas foram detidas, segundo um jornalista da agência France Presse.

Nesta semana, Rajoy - obrigado por Bruxelas a realizar novos cortes e elevar impostos para cumprir seus compromissos de corte de déficit - apresentou uma novo pacote de austeridade no valor de € 65 bilhões (US$ 80 bilhões)

Fazem parte do pacote o aumento dos impostos sobre vendas, redução dos valores do benefícios para desempregado e cortes salariais do funcionalismo público, medidas que devem afetar ainda mais a população, que registra uma taxa de desemprego de 24,4%. Entre os jovens, o porcentual de desempregados chega a 52%.

"Com esses cortes, eles estão nos levando à ruína", disse o manifestante Pedro López, de 30 anos, ex-estudante de Direito.

Na manhã desta sexta-feira, o rei Juan Carlos fez um raro comentário político, pedindo ao governo que não esqueça dos desempregados ao tomar medida de austeridade para combater a dívida.

"Ninguém deve ser excluído do resultado da recuperação econômica que todos esperamos", disse o rei durante uma reunião de gabinete, que ele tem o direito constitucional de presidir, mas raramente faz.

"Eu me refiro particularmente aos jovens e àqueles que sofrem com a falta de emprego e de perspectivas para o futuro", disse o monarca, de 74 anos.

Em julho, a Espanha vai se tornar o quarto país da zona do euro - após Grécia, Irlanda e Portugal - a receber fundos de resgate, quando receber a primeira parcela de € 100 bilhões para o setor bancário.