A Turquia deve deixar de aceitar as exportações "ilegais" de petróleo da região autônoma do Curdistão porque, caso contrário, corre o risco de "colocar em perigo" as relações entre Ancara e Bagdá, declarou neste domingo o porta-voz do governo iraquiano."A Turquia deve deixar de aceitar as exportações não autorizadas de petróleo", afirmou Ali Dabagh em um comunicado, onde considera que "a exportação de petróleo do Curdistão à Turquia é ilegal".
"Através de suas ações, a Turquia contribui para o contrabando de petróleo iraquiano e se coloca em uma posição que não corresponde à de um vizinho com o qual temos boas relações", explicou Dabagh."Esta questão afetará as relações entre nossos dois países e, em particular, nossas relações econômicas, que ficarão em perigo", advertiu.
"Este petróleo pertence a todos os iraquianos. Deve ser exportado pelo governo federal, que representa todos os iraquianos, e as receitas que produzir também devem ir" a este governo, destacou Dabbagh.O Curdistão, que dispõe de uma ampla autonomia em relação a Bagdá, começou a exportar petróleo cru à Turquia, provocando a ira do governo iraquiano. O petróleo cru é enviado à Turquia, refinado e enviado novamente ao Curdistão, sob a forma de produtos petrolíferos (gasolina, petróleo...).
Os líderes curdos iraquianos acusam Bagdá de não fornecer a eles produtos derivados do petróleo, mas o ministério do Petróleo desmente a informação. Além disso, a região deixou de enviar petróleo ao resto do país como consequência de uma disputa financeira.
No fim de junho, o ministério da Energia havia advertido as companhias francesas do setor que rescindiria os contratos com elas se assinassem outros acordos com autoridades locais ou regionais, depois que o Curdistão fechou contratos com grupos estrangeiros.