Os representantes da Rússia e China vetaram hoje (19) resolução, proposta pela delegação do Reino Unido, no Conselho de Segurança das Nações Unidas impondo a ampliação de sanções ao governo da Síria devido ao agravamento da crise no país. Dos 15 integrantes do órgão, 11 foram favoráveis à proposta, dois contrários e dois se abstiveram %u2013 Paquistão e África do Sul. Como a China e Rússia são membros permanentes, seus vetos impedem a adoção da medida. Pela terceira vez em nove meses, chineses e russos, aliados tradicionais dos sírios, impediram o endurecimento de medidas contra a Síria. A decisão ocorreu no dia seguinte que um homem-bomba provocou 26 mortes em Damasco, inclusive de dois ministros (Defesa e Interior), além de uma autoridade da área de segurança do Estado.
Integram o Conselho de Segurança como membros permanentes China, França, Rússia, Reino Unidos e Estados Unidos. Os países que ocupam assentos rotativos e que não têm poder de veto são Azerbaijão, África do Sul, Colômbia, Marrocos, Togo, Alemanha, Paquistão, Índia, Guatemala e Portugal. Apesar da derrota em favor da ampliação de restrições à Síria no Conselho de Segurança, as autoridades dos Estados Unidos prometem trabalhar para pressionar o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, a aceitar um plano de paz incluindo um processo de transição política. Nas discussões paralelas no conselho, a delegação da Rússia disse que uma resolução em favor de sanções à Síria é inaceitável, pois pode desencadear ações militares no país, agravando a violência e insegurança no país. Há 16 meses, a Síria vive sob clima de guerra. Mais de 16 mil pessoas já morreram, entre adultos e crianças. O emissário especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria da ONU, Kofi Annan, disse estar desapontado com a falta de união dos membros do Conselho de Segurança. A delegação do Reino Unido também condenou a decisão de veto da Rússia e da China. "Mais de 14 mil sírios inocentes foram mortos desde que a Rússia e a China, vetaram pela primeira vez, nossos esforços para acabar com a violência em outubro do ano passado", disse o embaixador britânico na Organização das Nações Unidas (ONU), Mark Lyall Grant.