A Rússia acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de tentarem justificar o terrorismo contra o governo sírio, e recriminou governos ocidentais que, segundo Moscou, deixaram de condenar um atentado a bomba que matou membros do alto escalão do regime de Bashar al Assad. O chanceler Sergei Lavrov se referia a um suposto comentário de uma porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, segundo a qual o atentado da semana passada em Damasco não foi surpreendente. "Isso é uma justificativa direta do terrorismo", disse Lavrov. "Para colocar em termos brandos, não entendemos a recusa dos nossos parceiros em condenar o ataque terrorista em Damasco", afirmou.
Ele insinuou que Washington estaria usando a ameaça de mais ataques para pressionar o Conselho de Segurança da ONU a colocar o plano de paz do mediador internacional Kofi Annan sob a égide do Artigo 7o da Carta da ONU, o que permitiria a adoção de sanções e até uma eventual intervenção militar contra Assad. Lavrov disse também que a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, citou o atentado de 18 de julho em Damasco como prova de que o Conselho não deveria adiar a adoção de uma resolução alusiva ao Artigo 7o. "Em outras palavras, isso significa: 'Vamos continuar a apoiar tais ataques terroristas até que o Conselho de Segurança faça o que queremos'" , disse Lavrov a jornalistas após reunião com seu colega cipriota, Erato Kozakou-Marcoullis.