O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem (25) que o governo venezuelano vai abrir um cadastro público às empresas do país que queiram investir em exportações para os países do Mercosul. É uma das primeiras ações de Chávez antes da cerimônia que vai oficializar a incorporação da Venezuela no bloco, no próximo dia 31, em Brasília. A ideia, segundo ele, é exportar uma relação com mais de 230 itens da Venezuela para o Brasil, pelo menos. A solenidade que marcará a entrada da Venezuela no Mercosul ocorrerá no dia 31, em Brasília. "Vamos elevar a economia venezuelana a um novo nível para incrementar nossa participação no mercado comum da região [Mercosul]", disse Chávez. O presidente acrescentou ainda que a adesão ao bloco não impõe à Venezuela orientações sobre sua política interna.
Chávez se reuniu ontem, na sede do governo da Venezuela, em Caracas, com os representantes do Brasil, o subsecretário-geral de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Simões, e o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. "Temos total liberdade para continuar com o controle cambial com Cadivi e mecanismos tais como a Aladi [Associação Latino-Americana de Integração] e muitos outros instrumentos%u201D, ressaltou mecanismos", disse o presidente venezuelano. Em tom emocionado, Chávez lembrou que a ideologia que move o Mercosul é a mesma que guiou o militar brasileiro José Inácio Abreu e Lima, que lutou na independência das colônias espanholas na América ao lado de Simón Bolívar. "É a democracia como um projeto, como uma ideia que tem a ideologia como objetivo de concretização de uma proposta. Todos esses projetos têm o foco ideológico no quadro Sul-Sul da integração e do desenvolvimento social", ressaltou Chávez.