Na declaração mais direta sobre o tema desde que um jovem atirador assassinou 12 pessoas na pré-estreia do novo filme do Batman, na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou o lobby favorável ao livre comércio de armas e convocou congressistas de ambos os partidos a buscar um consenso para evitar que "criminosos" e "desequilibrados mentais" levem para "nossas ruas" armas que deveriam ser usadas apenas "no campo de batalha". O candidato da oposição republicana, Mitt Romney, tomou posição contrária a qualquer mudança nas leis atuais sobre o comércio de armas e munição.
"Quando ocorre uma tragédia tão horrível como aquela, é preciso agir, discutir novas formas e novas leis", afirmou Obama em discurso de campanha em Nova Orleans. "Mas, muitas vezes, esses esforços fracassam devido à política e aos grupos de pressão", prosseguiu, em referência à Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês), principal lobby pró-armas e de tendência republicana.
James Holmes, o estudante de medicina de 24 anos que cometeu a chacina no cinema de Aurora, valeu-se das facilidades legais para adquirir, pela internet, armas e munições. Pelas normas do estado do Colorado, a comercialização desse material é permitida para quem não tenha antecedentes criminais, independentemente de quantidades.
ROMNEY Em Londres, onde foi assistir à abertura dos Jogos Olímpicos, Mitt Romney respondeu que os EUA "não precisam de novas leis" para lidar com a violência, e minimizou o fato de o assassino de Aurora ter conseguido adquirir sem dificuldades o arsenal utilizado no massacre. "Uma porção de coisas que aquele jovem fez era contra a lei, mas o fato de ser ilegal não o inibiu de fazê-lo", argumentou o candidato republicano que enfrentará Obama na eleição de novembro.
Romney, que inicia uma viagem internacional – seguirá para a Polônia e para Israel –, causou controvérsia ao criticar o que chamou de falhas "desconcertantes" na organização da Olimpíada. "As histórias sobre falta de pessoal nas empresas de segurança privada, a suposta greve dos funcionários de imigração e alfândega, nada disso é muito encorajador", afirmou. Além dos meios políticos britânicos, o próprio Obama aproveitou para criticar o adversário e manifestou "total confiança" na organização e na segurança dos jogos.