Jornal Estado de Minas

Manifestantes cercam sede da Televisa e pedem democracia no México

AFP
Centenas de estudantes e sindicalistas mantinham cercada nesta sexta-feira a sede da rede de televisão mexicana Televisa para protestar contra uma suposta campanha de informação favorável ao candidato do PRI e vencedor das eleições de julho, Enrique Peña Nieto. Os manifestantes passaram a noite nas barracas que armaram, enquanto grupos de policiais protegiam a rede de televisão, a principal do México e a maior de língua hispânica, que manteve as transmissões de seus quatro sinais de televisão aberta. Alguns acenderam fogueiras para se proteger do frio, enquanto grupos musicais improvisados interpretavam rock e canções folclóricas com letras adaptadas as suas denúncias. "Sem mais telenovelas, queremos mais escolas", gritavam. A manifestação, que crescia durante a manhã, foi convocada pelo movimento estudantil #Yosoy132 com o apoio de sindicatos e organizações populares, para protestar contra as supostas irregularidades por parte do PRI, entre as quais a compra de votos com recursos públicos e inclusive ilícitos, e uma campanha midiática para favorecer Peña Nieto. Os manifestantes pretendem manter um cerco pacífico até a noite desta sexta-feira e impedir a entrada de funcionários, no mesmo dia em que ocorre a transmissão da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. No entanto, uma fonte da televisão assegurou à AFP que "durante a madrugada vários funcionários conseguiram entrar aproveitando que estavam dormindo ou dançavam". Os manifestantes ressaltaram que não impedirão a saída de funcionários. Cerca de 7.000 pessoas, segundo estimativas da polícia, participaram dos protestos na noite de quinta-feira, provocando um caos viário, mas apenas algumas centenas pernoitaram. "A Televisa e a TV Azteca são o rosto mais visível e o principal instrumento da oligarquia que governa este país, dos poderes fáticos que, de acordo com seus interesses, impõem e tiram governantes", afirmaram os estudantes em um manifesto. Os partidos da coalizão de esquerda que impugnaram e exigiram que o Tribunal Eleitoral declare as eleições inválidas se desligaram da convocação, embora tenham pedido o respeito ao protesto.