Em sua condição de titular do Interior, Llorenti era então responsável pela polícia boliviana, apesar de alegar, sobre esse incidente - na localidade de Chaparina (norte)- que cadeia de comando foi rompida e, portanto, se eximir das responsabilidades.
O processo judicial se concentrou na figura do general Oscar Muñoz, que está em prisão domiciliar, e do ex-vice-ministro do Interior, Marcos Farfán. Ambos negaram as acusações e alegaram inocência.
A juíza de La Paz, Betty Yañiquez, gerou protestos quando disse à imprensa local: "Tenho conhecimento de que foi rejeitada a denúncia" contra Sacha Llorenti, como as acusações contra indígenas por ter feito o chanceler David Choquehuanca de refém, como afirmou então o governo.
O líder do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), Fernando Vargas, se disse surpreso com o caso. "Significa que agora ninguém é responsável e ninguém deu a ordem para a intervenção policial para a oitava marcha indígena em 2011", protestou.
O Movimento Sem Medo (MSM, centro-esquerda), principal força política opositora, anunciou a impugnação da resolução judicial a favor de Llorenti.
"Pelo direito, seriam impugnadas as decisões tomadas pela comissão de procuradores", disse a advogada do MSM, Aida Camacho.
Os indígenas marcharam duas vezes, em 2011 e 2012, durante dois meses, por cerca de 600 km desde a Amazônia, em oposição a uma estrada que o governo de Evo Morales insiste em construir através do território ecológico TIPNIS, de 1 milhão de hectares.