"Assange não é um pirata, não é um terrorista" disse Garzón. Segundo ele, o que o fundador do WikiLeaks fez foi apenas "divulgar informações com elementos muito graves que ninguém teve a preocupação de investigar nos Estados Unidos". O WikiLeaks, website co-fundado e editado por Assange, divulgou mais de 500 mil documentos diplomáticos classificados do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos, bem como milhares de documentos secretos dos EUA sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque.
Garzón lembrou que não existem, até agora, acusações formais do governo dos EUA feitas contra Assange. "Nós intuímos quais seriam essas acusações, só que elas não foram feitas formalmente e também não temos informações dos Estados Unidos. As acusações são secretas. Se não existissem as acusações contra Assange feitas na Suécia, ele estaria livre", afirmou o ex-juiz espanhol.
"Um pedido de extradição está claramente definido como uma perseguição política contra Assange. Mas se for concedida a extradição, o que será feito é uma entrega aos Estados Unidos, que não se manifestou", disse Garzón em alusão ao pedido de extradição feito pela Suécia ao Reino Unido. O ex-juiz espanhol falou durante a maior parte da coletiva, enquanto a mãe de Assange se manteve calada ao seu lado. Ela está em Quito para defender o pedido de asilo feito pelo filho. Questionada, Christine disse que a saúde de Julian Assange, de 40 anos, está melhor.