China julga envolvidos em venda de rim para comprar iPhone

Um cirurgião e outras quatro pessoas estão sendo julgadas na China no caso de um adolescente que teria vendido um rim para comprar um iPhone e um iPad 2, reportou nesta sexta-feira a imprensa oficial. Segundo o jornal estatal China Daily, Wang Shangkun, de 18 anos, se encontra em estado grave após realizar um transplante ilegal no ano passado.

As cinco pessoas em julgamento são acusadas de lesão corporal dolosa e comércio ilegal de órgãos e podem ser condenadas a penas de 3 a 10 anos de prisão se forem consideradas culpadas, acrescentou o periódico. Uma mulher que respondeu ao telefone na corte popular do distrito de Beihu, na cidade de Chenzhou, província de Hunan (centro), disse que a corte estava em sessão esta sexta-feira, mas não deu detalhes. Ela se recusou a dar seu nome. Citando documentos judiciais, o China Daily informou que Wang concordou em vender seu rim após contatar, pela internet, uma agência ilegal. A mãe de Wang, Ou Linchun, disse ao tribunal que seu filho não vendeu o rim para comprar os aparelhos da Apple. "Meu filho foi tentado por vendedores ilegais de órgãos e pode ter sentido medo de ser pego com uma quantia tão grande de dinheiro, assim ele comprou um celular e um tablet", contou, segundo o jornal. O rim foi vendido por 150.000 iuanes (US$23.600) e US$10.000 em dinheiro, embora Wang só tenha recebido 22.000 iuanes, acrescentou o periódico. Em outra reportagem, o Changsha Evening News noticiou que um representante de Wang buscava uma indenização no valor de 2,77 milhões de iuanes dos cinco réusn, a equipe médica que executou a cirurgia, um hospital e uma empresa de investimento médico. No começo do mês, autoridades disseram que a polícia prendeu 137 pessoas, suspeitas de tráfico de órgãos humanos em uma quadrilha nacional que se beneficiou da enorme demanda por transplantes.