Itaipu tem 14.000 megawatts de potência instalada e é considerada uma das maiores do mundo ao lado da chinesa Três Gargantas. Yacyretá produz 3.500 megawatts.
De toda a produção da usina, 90% é consumida por Brasil e Argentina, que suspenderam o Paraguai como sócio pleno do Mercosul em reação à destituição do presidente Fernando Lugo no dia 22 de junho.
"Este governo tomou a decisão de lutar para que nós possamos utilizar a energia que corresponde ao Paraguai", reiterou no encontro com jornalistas na cidade de Ayolas, onde está localizada a hidrelétrica Yacyretá.
"Quero que Brasil e Argentina entendam que é uma decisão soberana nossa. Somos coproprietários. Somos donos de 50% da energia gerada em Itaipu e em Yacretá. É lógico e natural que não podemos usar da noite para o dia as 10 turbinas de Itaipu que nos correspondem", continuou.
O presidente paraguaio disse que, para isso, "é preciso preparar o envio da energia para os pólos de desenvolvimento. Mas a decisão é clara e não tem volta".
Franco afirmou que "ceder a energia, ceder a matéria-prima de sua produção agrícola e pecuária "é um círculo vicioso", porque deixa como resultado a falta de trabalho, a migração e a pobreza.
"A partir de agora vamos estimular a instalação de indústrias para dar trabalho as nossas famílias para fomentar a unidade da família paraguaia", concluiu.
O porta-voz da Chancelaria brasileira, Tovar Nunes, havia lembrado na quinta-feira ao Paraguai que a distribuição energética de Itaipu está sujeita a um acordo binacional. "A geração de energia em Itaipu, a distribuição e os preços são fruto de um acordo bilateral que está em vigor", afirmou.
"A energia que o Paraguai não consome passa para o Brasil, mas com um pagamento, não existe cessão de energia (...). O Brasil não consegue a energia de Itaipu gratuitamente", disse Nunes, ao lembrar que em 2011 entrou em vigor uma revisão do acordo que triplicou de 120 para 360 milhões de dólares o pagamento anual do Brasil pela energia à qual o Paraguai tem direito e não consome.