O chefe de governo da Suécia, Fredrik Reinfeldt, se indignou neste sábado diante da imagem que o Equador passa do sistema judicial sueco, após a decisão de Quito de conceder asilo diplomático ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. "É naturalmente inaceitável", declarou o primeiro-ministro à agência de notícias sueca TT.
Durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira em Quito, o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, anunciou que seu país concedia asilo diplomático a Assange, temendo principalmente que os direitos do acusado não sejam respeitados na Suécia, onde é acusado de agressões sexuais.
"Estou de acordo com o que o ministro das Relações Exteriores Carl Bildt disse", afirmou Reinfeldt, que fala em poucas ocasiões sobre temas internacionais. Na sexta-feira, o chefe da diplomacia sueca afirmou que seu país prefere "aguardar e ver o que vai acontecer" em vez de tentar por qualquer meio a extradição do fundador do WikiLeaks.
Por sua vez, Bildt denunciou as acusações que levam a crer que a Suécia quer entregar Assange à autoridades americanas para reforçar as relações entre os dois países.
Bilt acrescentou que seu governo não tem nenhuma intenção de intervir no processo judicial. "O sistema judicial na Suécia é independente. Não posso fazer nenhuma declaração que vincule a justiça de uma ou outra maneira. Porque violaria a Constituição sueca", explicou.