O chefe da missão de observação da ONU na Síria, o general Bacabar Gaye, acusou neste sábado o exército sírio e os rebeldes de não garantir a proteção dos civis na Síria, onde os combates e bombardeios deixam dezenas de mortos todos os dias.
"As duas partes têm a obrigação, no âmbito do direito humanitário internacional, de garantir que os civis sejam protegidos", declarou o chefe atual da UNSMIS diante da imprensa em Damasco. "Estas obrigações não foram respeitadas", disse. Gaye fez estas declarações um dia após a decisão do Conselho de Segurança de por fim à missão de observadores mobilizados desde abril na Síria, e cujo mandato termina no domingo à meia-noite.
A equipe da ONU, que chegou a ter até 300 observadores militares, foi mobilizada no âmbito do plano de paz de seis pontos proposto pelo ex-enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, que nunca se concretizou.
A intensificação da violência provocou em junho a suspensão das operações dos observadores, entre os quais vários saíram do país. No entanto, o general senegalês indicou que a ONU segue envolvida na busca de uma solução para o conflito na Síria. "A ONU não vai deixar a Síria. Vamos seguir tentando passar da violência ao diálogo", disse Gaye, sem dar detalhes sobre a forma sob a qual a ONU prevê permanecer na Síria.