As estatísticas incluem o total de pessoas assassinadas, não apenas os números de mortos pelo narcotráfico ou em disputas entre os cartéis relacionadas às drogas, envolvendo também crimes passionais e até mortes por negligência. O governo do presidente Felipe Calderón, que governa o país desde o final de 2006 (ele deixará o cargo em dezembro) afirma que os homicídios atribuídos ao narcotráfico e ao crime organizado caíram 15% no primeiro semestre de 2012, mas ainda não divulgou os dados oficiais sobre esse tipo de assassinatos desde setembro de 2011.
Eduardo Guerrero, consultor privado em segurança, afirma que o incremento nos homicídios está relacionado também ao aumento dos assassinatos cometidos pelo crime organizado, que tiveram uma escalada nos primeiros anos do governo Calderón.
"O que disparou o número de homicídios no México foram as execuções (extrajudiciais)" disse Guerrero. Segundo ele, os homicídios dolosos (quando existe intenção de matar) são a maioria em algumas regiões, como no Estado de Chihuahua (norte), onde 90% dos homicídios foram desse tipo entre 2007 e 2011. Ele nota, contudo, que em 2011 os homicídios dolosos caíram 30% em Chihuahua. Não obstante, o Estado nortista continua a liderar no número absoluto de homicídios no México em 2012, com uma taxa de 131 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes.
O INEGI assinalou que em 2011 a taxa de homicídios no México ficou em 24 por grupo de 100 mil habitantes, enquanto em 2010 estava em 23 homicídios por 100 mil habitantes.
Outros Estados mostraram aumento no número de homicídios em 2011. Em Nuevo León, também no norte, os homicídios cresceram 129% em 2011, enquanto em Veracruz, no Golfo do México, tiveram alta de 118% no ano passado. A atuação mais forte do cartel do narcotráfico Los Zetas, tanto em Nuevo León quanto em Veracruz, é apontada como o motivo para o aumento da violência nesses Estados.