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Estado de Minas

Obama aumenta o tom contra Assad


postado em 20/08/2012 19:48

Os Estados Unidos avisaram nesta segunda-feira que podem intervir militarmente na Síria se forem deslocadas ou utilizadas armas químicas no país, onde uma jornalista japonesa foi morta em Aleppo e outros três repórteres, dois árabes e um turco, estão desaparecidos.

Obama explicou que até agora não ordenou uma intervenção militar, mas advertiu que os Estados Unidos estão "monitorando a situação cuidadosamente" e elaboraram diversos planos de contingência.

"Pode haver enormes consequências se começarmos a observar a movimentação ou o uso de armas químicas (...). Isso mudaria meus cálculos significativamente", disse na coletiva de imprensa.


"Comunicamos em termos firmes a todos os atores na região que isto (o uso de armas químicas) é a linha vermelha para nós e que pode haver enormes consequências", disse o mandatário.

Em Paris, o presidente francês, François Hollande, considerou nesta segunda-feira que "não pode haver solução política se Bashar al-Assad não deixar" o poder na Síria, durante um encontro com o novo enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.

Na véspera, o diplomata argelino não quis se posicionar sobre esse ponto e afirmou: "Precisamos acabar com a guerra civil e isto não será simples".

O regime de Damasco respondeu, indicando que essas declarações são "contrárias à realidade" e que "o que há no terreno são crimes terroristas contra o povo sírio praticados por grupos armados salafistas apoiados por países conhecidos".

O governo de Bashar al-Assad acusa a Arábia Saudita e o Qatar de fornecer armas aos rebeldes, apoiados também por agentes secretos americanos, britânicos e alemães, segundo as imprensas da Alemanha e do Reino Unido.

No terreno, a festa muçulmana do Eid el Fitr, que começou no domingo e durante três dias celebrará o final do Ramadã, foi ofuscada pelos combates em Aleppo (355 km ao norte de Damasco), onde uma jornalista japonesa foi morta, e na própria capital.

Segundo um registro do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), nesta segunda-feira morreram pelo menos 131 pessoas, entre elas 57 civis, 37 soldados e 37 rebeldes.

Jornalista japonesa morta

Uma jornalista japonesa foi morta nesta segunda-feira quando cobria os confrontos em Aleppo, enquanto dois repórteres árabes e um terceiro turco foram considerados desaparecidos nesta cidades, indicou o OSDH.

A jornalista japonesa foi morta em Sleiemane al-Halabi, bairro do leste de Aleppo onde violentos combates eclodiram nesta manhã entre tropas do governo e rebeldes. A ONG, com sede na Grã-Bretanha, indica apenas que um dos dois repórteres árabes é uma libanesa e o outro é um jornalista árabe que trabalha para uma empresa americana.

"Foi ferida com gravidade nesta segunda-feira quando cobria os enfrentamentos em Sleiman al-Halabi, travados desde ontem (domingo). Nós a levamos para um hospital, onde faleceu devido aos seus ferimentos", explicou à AFP Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH, baseando-se em fontes médicas desse hospital.

"Muito provavelmente, foi atingida por um projétil", acrescentou. O presidente do Observatório não revelou maiores detalhes sobre os jornalistas desaparecidos.

Em um vídeo postado no YouTube por ativistas é possível ver o corpo de uma mulher em uma sala, apresentado como o da jornalista japonesa morta pelas milícias leais ao regime. O braço direito da vítima apresenta um ferimento e, ao seu lado, um homem de aspecto asiático parece pedir ajuda a um médico. A AFP não pôde confirmar essas informações, nem a autenticidade do vídeo de maneira independente.

Exatamente um mês depois do início da batalha de Aleppo, os rebeldes levaram nesta segunda-feira os combates para o centro da cidade, enfrentando o Exército próximo ao tribunal militar e à sede do partido governante Baath, dois símbolos do regime de Assad, segundo o OSDH.

Um comandante do Exército Sírio Livre, formado por desertores e civis armados, afirmou à AFP que os rebeldes "entraram e tomaram o controle" de setores centrais, como são Al-Tilal, Al-Maadi e Jdaidé.

Já na capital, eclodiram enfrentamentos em bairros do leste e do sul, hostis ao regime, como Joubar (leste) e Tadamoun (sul), segundo o OSDH.

E no sul do país, a cidade de Herak, onde insurgentes se entrincheiraram, enfrenta uma situação humanitária catastrófica, já que não recebe alimentos e medicamentos, segundo o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora.

A arma financeira

O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, declarou nesta segunda-feira de manhã a uma rádio que o conflito custa a Damasco 1 bilhão de euros por mês e que a via financeira pode ser uma arma eficaz para "estrangular" o regime.

"Cada vez tem menos reservas. Consideramos que resta apenas alguns meses, a não ser que receba ajuda da Rússia e do Irã. É por isso que é preciso falar pelo menos com a Rússia", um dos principais aliados de Damasco, acrescentou.

Enquanto os bombardeios ganham intensidade no norte da Síria e provocam a fuga de milhares de pessoas para a Turquia, Ancara advertiu nesta segunda que o país, que recebe atualmente 70.000 refugiados sírios, não pode aceitar mais de 100.000.


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