Um alto funcionário do governo sírio afirmou nesta terça-feira em Moscou que Damasco admite a possibilidade de discutir a renúncia de Bashar Assad na busca por uma solução para uma guerra civil iniciada há um ano e meio e que já deixou milhares de mortos.
"Até onde é possível falar desse tema, fazer da renúncia em si uma condição para o diálogo significa que esse diálogo nunca irá acontecer", disse o vice-primeiro-ministro Qadri Jamil durante visita a Moscou. "Mas eventuais problemas podem ser discutidos durante as negociações. Estamos prontos até mesmo para discutir esse assunto", afirmou Jamil, segundo intérpretes russos.
Segundo Jamil, as declarações de Obama são um indício de que o Ocidente estaria apenas em busca de um pretexto para uma intervenção militar na Síria. Na opinião do vice-primeiro-ministro, porém, tal intervenção seria "impossível".
"Aqueles que cogitam essa possibilidade querem evidentemente ver a crise extrapolar as fronteiras sírias", disse ele.
Ontem, Obama disse que os EUA reconsiderariam sua atual contrariedade a um envolvimento militar na Síria se o governo movimentar ou usar armas químicas ou biológicas.