"Apesar desta impertinência, desta grosseira e inaceitável ameaça, seguimos abertos ao diálogo", completou.
Correa tenta assim abrir caminho para superar a crise provocada pelo asilo diplomático concedido em 16 de agosto por Quito a Assange, de nacionalidade australiana, que está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho.
O Foreign Office enviou na semana passada uma nota ao Equador na qual citava a possibilidade de aplicar uma lei local para entrar na embaixada, denunciou Quito, que considerou a advertência uma ameaça inaceitável.
"As portas do diálogo estão abertas desde o início, e não apenas isso, foram utilizadas, houve um diálogo fluído, e continuam abertas", completou Correa.
Assange, 41 anos, é objeto de um pedido de extradição da Suécia para que responda por acusações de agressão sexual que ele nega ter cometido.
O fundador do WikiLeaks teme que a Suécia o extradite para os Estados Unidos, onde é investigado por espionagem pela publicação de milhares de documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, além de telegramas confidenciais do Departamento de Estado, o que poderia resultar em uma condenação à prisão perpétua ou pena de morte.
O ministro das Relações Exteriores da Austrália, Bob Carr, afirmou não acreditar que Assange seja extraditado da Suécia para os Estados Unidos em caso de risco de enfrentar um tribunal militar ou a pena de morte.
O chanceler afirmou que a Austrália não pode intervir em casos externos a sua jurisdição, mas que Estocolmo indicou que o hacker provavelmente não será enviado aos Estados Unidos.
"Não é um tema da diplomacia australiana, é um tema de apoio consular", disse.
"A Suécia indicou que não extraditará ninguém que enfrente a possibilidade de pena capital ou se for um assunto militar ou dos serviços secretos", completou.