Jornal Estado de Minas

Inglês morre em greve de fome depois de perder na justiça o direito à eutanásia

Tony chora depois da decisão que lhe negou a permissão de morte acompanhada - Foto: Reprodução internet / www.dailymail.co.uk
Morreu na manhã desta quarta-feira o inglês Tony Nicklinson, de 58 anos, que há mais de dois anos lutava nos tribunais ingleses pelo direito à eutanásia. Tony sofria da síndrome do encarceramento desde 2005, quando teve um derrame enquanto trabalhava como engenheiro, em uma obra nos Emirados Árabes. A doença o impedia de fazer quase todos os movimentos do corpo e ele se comunicava piscando os olhos e por meio de um computador adaptado, que identificava os movimentos dos olhos em um teclado virtual.
Com isso, ele alegava dizia que a vida não fazia mais sentido e que não era feliz. A grave doença o impedia de executar sua própria morte e, por isso, pediu permissão para que recebesse as drogas letais de outra pessoa, informou o jornal Daily Mail. Em 14 de agosto, uma decisão da Alta Corte negou o pedido de Tony para que ele pudesse ter uma morte assistida, já que as leis do país são contra a eutanásia.

Depois da decisão, Tony escreveu uma mensagem onde lamentava a sentença. "Então, nós perdemos. Na verdade, eu estou desanimado, totalmente devastado e muito assustado. Tenho medo do futuro e da miséria que ele trará", declarou.

Tony Nicklinson ao lado da mulher e das filhas antes do enfarte - Foto: Reprodução internet / www.dailymail.co.ukA família de Tony apoiava a luta pela eutanásia e desejava recorrer da decisão. Entretanto, Tony decidiu passar a fazer greve de fome e morreu em decorrência de uma pneumonia oito dias depois do julgamento.

No perfil do Twitter, criado para divulgar a luta pelo direito a morte assistida, foi postada uma última mensagem a pedido de Tony: ""Adeus, mundo, minha hora chegou. Eu me diverti".

A morte trouxe à tona o debate sobre a legitimidade de se optar por um fim sem sofrimento quando uma pessoa já é incapaz de levar adiante a própria morte. A discussão também envolve o uso de medicamentos que podem levar a morte sem dor e o direito de médicos de acompanhar o procedimento.