A suspensão do Paraguai do bloco foi política e não econômica, mas irritou os partidos Liberal e Colorado, de centro-direita e direita, que atualmente controlam o Senado paraguaio e também a presidência, após o impeachment de Lugo. Na semana passada, o presidente do Paraguai, Federico Franco, do Partido Liberal, chegou a propor um referendo para que a população paraguaia decida se o país quer continuar ou sair do Mercosul. As eleições presidenciais foram confirmadas para abril de 2013 e Lugo afirmou que não tentará concorrer.
Miguel Carrizosa, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado paraguaio, propôs que a adesão da Venezuela fosse bloqueada, ao argumentar que foi "violado o artigo 20 do Tratado de Assunção, que criou o Mercosul (em 1991). Ele estabelece claramente que a adesão de outro país ao bloco aduaneiro deve ser feito por unanimidade entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Na reunião de Mendoza, em 29 de junho, o Paraguai estava ausente", disse.
Já o senador Carlos Filizzola, do partido País Solidário, que apoiava Lugo e agora está na oposição, defendeu a presença da Venezuela no Mercosul "porque é um país democrático. Se a Venezuela não fosse democrática, não seria um membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de outras organizações internacionais".