O companheiro de chapa de Mitt Romney, o congressista conservador Paul Ryan, será a estrela nesta quarta-feira da convenção republicana de Tampa (Flórida), onde buscará incentivar o partido a dez semanas das eleições presidenciais americanas.
Fortuño apoia Romney depois de ele ter prometido durante a campanha das primárias que iria fazer da ilha o 51º estado se a população desejar esses status em referendo, que, contudo, não é vinculante nos Estados Unidos.
Ryan, de 42 anos, congressista pelo Wisconsin (norte), onde preside o Comitê de orçamento da câmara baixa, tem a tarefa de levar aos militantes do partido e ao país as ideias de política econômica da dupla republicana, ajudar Romney a se aproximar da ala conservadora do partido e conquistar a juventude.
Conhecido por suas posturas conservadoras em assuntos sociais como aborto e casamento gay, Ryan é partidário da luta contra os déficits, especialmente através de cortes drásticos em gastos sociais.
O discurso de Ryan é um dos pontos fortes da convenção republicana que termina na quinta-feira com a participação de Mitt Romney durante a qual aceitará oficialmente a nomeação como candidato presidencial de seu partido.
Na terça-feira, depois de uma cerimônia sem surpresas, a convenção republicana escolheu com os votos de seus delegados por cada estado a dupla Romney-Ryan para disputar a Casa Branca com o presidente Barack Obama no dia 6 de novembro.
A convenção do partido - os democratas farão a sua entre 4 e 6 de setembro em Charlotte, Carolina do Norte (leste)- marca o fim do longo processo das eleições primárias e o início oficial da campanha para as eleições.
Nesta quarta-feira Romney fazia campanha em Indiana (norte) diante de veteranos do Exército e logo voltará a Tampa à noite.
Nesta cidade do golfo da Flórida, a esposa de Romney, Ann e seu filho Craig, participaram de um evento da Coalizão Latina, organizado para que se aproxime do eleitorado hispânico. Na terça-feira à noite a aspirante a primeira-dama fascinou a militância com um discurso sobre amor, família e exaltou as qualidades de seu esposo.
"É muito importante que a comunidade latina se dê conta do quanto é importante esta eleição para eles", disse Ann Romney depois de ser apresentada por seu filho, que fala espanhol, como a "estrela" do evento de terça-feira.
"A maneira mais simples de dizê-lo é, se Mitt Romney ganhar, ganham os Estados Unidos", disse a mãe de cinco filhos e avó de 18 netos.
Mas no centro de convenções da cidade, o assessor hispânico da campanha de Romney, Carlos Gutiérrez, ex-secretário de comércio do presidente George W. Bush, tentava esclarecer que o programa de governo do Partido Republicano aprovado na terça-feira, muito duro em matéria migratória, "não é como o de Romney".
"O que conta é o plano de Romney e é disso que seu discurso vai tratar na quinta-feira", disse Gutiérrez, sem detalhar se o nomeado republicano discorda da construção do muro na fronteira com o México ou apoia as leis estatais migratórias, tal como estabelece o partido.
Segundo Gutiérrez, depois da convenção "começa a verdadeira campanha latina", disse em referência aos 12 milhões de eleitores de origem hispânica que devem participar nas eleições presidenciais e que, segundo pesquisas recentes, apoiam Obama por esmagadora maioria.
Nesta quarta-feira, Condoleezza Rice se transformou na única integrante da ex-administração Bush a ter um papel de destaque nesta convenção, que esteve marcada pela ruptura da campanha de Romney com a era do ex-presidente texano.
Enquanto isso, o presidente Obama, continuou sua campanha na Universidade de Charlottesville, na Virgínia (leste), coincidindo com a divulgação de um vídeo de sua campanha em que zomba das posições de Ryan, 23 anos mais jovem que Romney, que foi o artífice do "orçamento extremista do Partido Republicano" e defendeu políticas contra o aborto, inclusive em casos de estupro.