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Estado de Minas

AIEA acusa Irã de duplicar capacidade em usina nuclear


postado em 30/08/2012 16:49

A Agência Internacional de Energia Atômica indicou nesta quinta-feira que o Irã dobrou sua capacidade de produção em uma de suas usinas nucleares e "dificultou significativamente" sua habilidade para inspecionar uma base militar suspeita.

Logo depois da divulgação do relatório, a Casa Branca advertiu o Irã de que as negociações diplomáticas não vão durar para sempre. "A porta para resolver (esta questão) continua aberta (...), mas não permanecerá aberta de forma indefinida", disse Carney em uma entrevista coletiva à imprensa.

O porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, lembrou também que o governo americano está determinado a impedir que Teerã produza a bomba atômica, e que Washington está em condições de saber se o Irã inicia a sua fabricação.

De acordo com um novo relatório da agência nuclear da ONU, no dia 18 de agosto a usina de Fordo tinha cerca de 2.000 centrífugas de enriquecimento de urânio instaladas, se comparado com as cerca de 1.000 existentes em maio. No entanto, apenas 700 estão em operação.

O urânio enriquecido pode ser utilizado para fins pacíficos, no entanto, quando altamente enriquecido, pode servir para a produção de bombas atômicas. Fordo foi construída em uma montanha perto da cidade sagrada de Qom.

O Irã afirma que seu programa nuclear tem por objetivo a geração de energia e a produção de isótopos médicos, mas as nações ocidentais, Israel e muitos na comunidade internacional suspeitam que seu objetivo real seja desenvolver uma bomba atômica.

Devido às reiteradas alegações da AIEA de que é "incapaz" de concluir se as atividades do Irã são pacíficas, o Conselho de Segurança da ONU solicitou que o Irã suspenda qualquer enriquecimento de urânio, impondo quatro rodadas de sanções.

A AIEA também deseja que o Irã aborde o que acredita que sejam evidências de que até 2003, e possivelmente depois desse ano, Teerã desenvolvia um programa de pesquisa de armas nucleares.

O Irã rejeitou completamente essas indicações, feitas em um relatório da AIEA divulgado em novembro de 2011, e afirma que só fornecerá à agência o acesso desejado como parte de um acordo mais amplo que reja suas relações futuras com o organismo internacional.

Em particular, a AIEA quer visitar a base militar de Parchin, perto de Teerã, onde acredita que o Irã conduziu testes de explosivos para projetos de ogivas nucleares.

As nações ocidentais acusam Teerã de "limpar" o local para remover as evidências, e neste novo relatório a AIEA afirma que o Irã "conduziu atividades naquele local que irão dificultar significativamente a habilidade da Agência de conduzir uma verificação efetiva".

A última de uma série de reuniões com o objetivo de persuadir o Irã a fornecer à AIEA acesso aos documentos, cientistas e locais envolvidos em seu suposto objetivo para alcançar uma bomba atômica falharam na última sexta-feira.

E um esforço diplomático renovado e de alto nível nas negociações entre o Irã e o grupo 5+1, composto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha - e a Alemanha parece estar parado.

Após um primeiro encontro em 14 meses em Istambul, em abril, novas negociações foram realizadas em Bagdá, em maio, e em Moscou, em junho, onde foram, no entanto, degradadas a um nível mais baixo.

Novas negociações entre o chefe de negociadores do grupo 5+1, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton e o chefe dos negociadores iranianos Said Jalili irão ocorrer "nos próximos dias", afirmou o porta-voz de Ashton em Bruxelas nesta quinta-feira.

Ele não informou se estas negociações serão realizadas cara-a-cara.

O guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, afirmou mais cedo nesta quinta-feira que o país "nunca está buscando armas nucleares".

Ao receber a cúpula de Países Não-Alinhados, realizada em Teerã, ele afirmou que o uso de armas nucleares e de outras armas de destruição em massa "é um grande e imperdoável pecado".

Mas acrescentou que "nunca vamos desistir do direito da energia nuclear pacífica", ressaltando a determinação do Irã de avançar com seu programa nuclear.


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