O porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, lembrou também que o governo americano está determinado a impedir que Teerã produza a bomba atômica, e que Washington está em condições de saber se o Irã inicia a sua fabricação.
De acordo com um novo relatório da agência nuclear da ONU, no dia 18 de agosto a usina de Fordo tinha cerca de 2.000 centrífugas de enriquecimento de urânio instaladas, se comparado com as cerca de 1.000 existentes em maio. No entanto, apenas 700 estão em operação.
O urânio enriquecido pode ser utilizado para fins pacíficos, no entanto, quando altamente enriquecido, pode servir para a produção de bombas atômicas. Fordo foi construída em uma montanha perto da cidade sagrada de Qom.
O Irã afirma que seu programa nuclear tem por objetivo a geração de energia e a produção de isótopos médicos, mas as nações ocidentais, Israel e muitos na comunidade internacional suspeitam que seu objetivo real seja desenvolver uma bomba atômica.
Devido às reiteradas alegações da AIEA de que é "incapaz" de concluir se as atividades do Irã são pacíficas, o Conselho de Segurança da ONU solicitou que o Irã suspenda qualquer enriquecimento de urânio, impondo quatro rodadas de sanções.
A AIEA também deseja que o Irã aborde o que acredita que sejam evidências de que até 2003, e possivelmente depois desse ano, Teerã desenvolvia um programa de pesquisa de armas nucleares.
O Irã rejeitou completamente essas indicações, feitas em um relatório da AIEA divulgado em novembro de 2011, e afirma que só fornecerá à agência o acesso desejado como parte de um acordo mais amplo que reja suas relações futuras com o organismo internacional.
Em particular, a AIEA quer visitar a base militar de Parchin, perto de Teerã, onde acredita que o Irã conduziu testes de explosivos para projetos de ogivas nucleares.
As nações ocidentais acusam Teerã de "limpar" o local para remover as evidências, e neste novo relatório a AIEA afirma que o Irã "conduziu atividades naquele local que irão dificultar significativamente a habilidade da Agência de conduzir uma verificação efetiva".
A última de uma série de reuniões com o objetivo de persuadir o Irã a fornecer à AIEA acesso aos documentos, cientistas e locais envolvidos em seu suposto objetivo para alcançar uma bomba atômica falharam na última sexta-feira.
E um esforço diplomático renovado e de alto nível nas negociações entre o Irã e o grupo 5%2b1, composto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha - e a Alemanha parece estar parado.
Após um primeiro encontro em 14 meses em Istambul, em abril, novas negociações foram realizadas em Bagdá, em maio, e em Moscou, em junho, onde foram, no entanto, degradadas a um nível mais baixo.
Novas negociações entre o chefe de negociadores do grupo 5%2b1, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton e o chefe dos negociadores iranianos Said Jalili irão ocorrer "nos próximos dias", afirmou o porta-voz de Ashton em Bruxelas nesta quinta-feira.
Ele não informou se estas negociações serão realizadas cara-a-cara.
O guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, afirmou mais cedo nesta quinta-feira que o país "nunca está buscando armas nucleares".
Ao receber a cúpula de Países Não-Alinhados, realizada em Teerã, ele afirmou que o uso de armas nucleares e de outras armas de destruição em massa "é um grande e imperdoável pecado".
Mas acrescentou que "nunca vamos desistir do direito da energia nuclear pacífica", ressaltando a determinação do Irã de avançar com seu programa nuclear.