Manning, de 24 anos, pode ser condenado à prisão perpétua por supostamente ter vazado para o WikiLeaks documentos secretos americanos sobre a guerra no Iraque e Afeganistão. Foi o maior vazamento da história americana.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado há dois meses na embaixada de Equador em Londres, solicitou a libertação de Manning.
O soldado, que poderá se pronunciar em outra audiência prévia ao julgamento, no dia 27 de novembro, foi preso em maio de 2010 enquanto trabalhava como analista da inteligência próximo a Bagdá.
Desde então, ficou detido em prisões militares americanas no Kuwait e nos Estados Unidos. Enquanto estava detido na base de Quantico (Virgínia, leste), Manning foi nomeado testemunha de defesa para a audiência de 27 de novembro.
Os advogados do soldado alegam que seu cliente foi maltratado em Quantico, onde foi mantido confinado sob as medidas de segurança máxima desde julho de 2010 até abril de 2011, antes de ser transferido a uma prisão de Fort Leavenworthm, em Kansas (centro).
Depois de uma audiência de três dias, a juíza Lind decidiu nesta quinta-feira que um vídeo não autorizado que Manning publicou no site YouTube em 2008, assim como documentos relacionados com o posterior castigo por este fato, podem ser apresentados como provas durante o julgamento.
Contudo, a acusação deverá provar que o vídeo, em que Manning utiliza léxico militar "secreto" e "ultrassecreto", é relevante no caso, acrescentou Lind.
A defesa de Manning argumentou, sem sucesso, de que o vídeo e os detalhes das acusações interpostos em 2008 não deveriam ser apresentados à juíza, pois esta prova poderia diminuir consideravelmente o direito do soldado a ter um julgamento justo.
As audiências prévias ao julgamento acontecerão até 17 de outubro no Forte Meade.