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Estado de Minas

Clima de normalidade predomina nas primeiras eleições gerais livres de Angola, depois de dez anos


postado em 31/08/2012 12:31 / atualizado em 31/08/2012 12:39

Após votar nas eleições presidenciais de Angola, mulher mostra o dedo sujo de tinta, usada para identificar dos eleitores(foto: STEPHANE DE SAKUTIN / AFP)
Após votar nas eleições presidenciais de Angola, mulher mostra o dedo sujo de tinta, usada para identificar dos eleitores (foto: STEPHANE DE SAKUTIN / AFP)

As primeiras eleições gerais e livres em Angola para a escolha de parlamentares, desde o fim da guerra civil no país em 2002, ocorrem hoje (31) sob clima de normalidade, segundo as autoridades do país. Cerca de 10 milhões de eleitores vão às urnas para a escolha de 220 deputados. A eleição do presidente da República angolano é indireta e quem vota são os parlamentares. Policiais e militares foram colocados de plantão nas principais cidades do país no esforço de garantir a segurança e a ordem.

No poder há mais de três décadas, o atual presidente José Eduardo dos Santos é o número 1 da lista de seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), na tentativa de obter mais um mandato. Para especialistas, a sigla deve ficar com a maioria das cadeiras no Parlamento, o que garantirá a Santos mais um mandato de cinco anos.

Porém, a secretária-geral do núcleo feminino da coligação Nova Democracia - União Eleitoral (ND-EU), Cesinanda Xavier, destacou hoje que a votação é “histórica para a população angolana, pois permite a reafirmação da democracia”.

Em Angola, o voto é em lista fechada. O eleitor vota no partido, que apresenta previamente uma lista com os nomes de seus candidatos e a ordem em que eles entram no Parlamento. Se um partido tem 20% dos votos, por exemplo, tem direito a 44 vagas estarão eleitos, então, os 44 primeiros nomes daquele partido – e assim, sucessivamente, até que as vagas estejam todas preenchidas.

A Unita, segunda maior força política de Angola, tem protestado contra a parcialidade das eleições, mas se mantém na disputa. Durante 27 anos, a divergência entre os dois grupos provocou uma guerra civil que devastou o país. Cerca de 500 mil angolanos morreram. Um acordo de paz só foi possível após a morte de Jonas Savimbi, líder da Unita, em 2002, durante um confronto com forças do governo.

Desde que a guerra acabou, Angola tem enriquecido visivelmente. O padrão de vida da população e o acesso a bens de consumo aumentaram. Em 2011, a economia angolana cresceu 11%, principalmente em função das exportações de petróleo e minério.

A maior empregadora do país é a construtora brasileira Odebrecht, com cerca de 19 mil funcionários. Há também empresas brasileiras, de ramos diversificados, como a Petrobras e a mineradora Vale, que têm participação expressiva na produção de riquezas em território angolano.

Os indicadores sociais em Angola, no entanto, ainda registram números alarmantes, como uma baixa expectativa de vida da população (42,9 anos) e um elevado percentual de analfabetos (37%). A camada da população considerada pobre ainda é elevada.


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