Recém-terminada a Convenção Nacional Republicana na Flórida, a equipe do presidente Obama dirigiu o foco para sua própria convenção partidária na próxima semana, na qual Obama tentará convencer os eleitores com o argumento de que eles merecem manter seus empregos.
Aproveitando a oportunidade de devolver o golpe, Biden ironizou a proposta de Romney e Ryan de recuperar os Estados Unidos, lembrando os anos de déficit no orçamento, o custo das guerras e os cortes de impostos durante os governos republicanos.
"O congressista Paul Ryan votou todas as vezes a favor de cada uma destas coisas que causaram a catástrofe que nós herdamos", afirmou Biden.
"Já sabemos como acaba... Acaba em perdas de empregos, salários congelados, o valor de suas moradias devastado..., as cifras de suas aposentadorias cortadas. Isto termina em uma catástrofe e é para a classe média", disse.
Ryan, representante do Wisconsin que se vangloria de ter origem humilde, e Biden, que diz carregar nas costas uma herança operária, se enfrentarão pelo apoio dos trabalhadores brancos até as eleições de novembro.
O principal assessor de Obama, David Axelrod, prometeu que o presidente dará os detalhes do que faltou no discurso de Romney de quinta-feira, segundo ele, repleto de histórias pessoais e tópicos patrióticos.
"Acho que o povo estava esperando ouvir soluções práticas para os desafios que enfrentamos", disse Axelrod à MSNBC.
"Já sabe, eles fizeram alguns comentários sarcásticos sobre o presidente, algumas reminiscências sobre o passado e algumas palavras da moda para a base", acrescentou.
A chefe do Comitê Nacional Democrata, Debbie Wasserman Schultz, disse que, embora a convenção tenha tido êxito em empolgar as pessoas com relação à indicação republicana, faltaram soluções práticas.
"Tentou-se mais demolir Barack Obama do que de deixar o povo americano com a impressão de como seria a presidência de Mitt Romney", afirmou à CNN frente à convenção nacional de seu partido em Charlotte, Carolina do Norte.
A equipe de campanha de Obama fez ainda um vídeo na internet atacando Romney sobre seus planos de aumentar os impostos sobre a classe média, enriquecer mais os ricos com cortes fiscais e acabar com o plano de cobertura de saúde para os idosos.
"Quando se conhece o plano de Romney, é de se estranhar que não tenha nada mais a dizer?", diz o narrador do vídeo enquanto aparecem algumas fotos de um Romney com aparência atribulada.
A equipe de campanha de Obama condenou, ainda, que Romney não tivesse feito menção ao Afeganistão durante seu discurso de aceitação.
"Quando 84.000 americanos, homens e mulheres, lutam por seu país no Afeganistão, não há uma única alusão a como ou quando voltarão para casa sãos e salvos", reportou a equipe de Obama em vídeo difundido na manhã desta sexta-feira na internet.
Mais tarde, durante uma visita à base de Fort Bliss, no Texas, Obama rejeitou a ideia de que a influência dos Estados Unidos no mundo esteja declinando, referindo-se às críticas de seus rivais republicanos.
Em um discurso em ocasião do segundo aniversário do anúncio do fim das operações de combate americanas no Iraque, Obama fez referência à retirada de soldados de seu país do Afeganistão, onde a transferência de comando às forças locais acontecerá antes do final de 2014.
"Não se enganem, encerrar essas guerras de maneira responsável nos dá mais segurança e fortalece ainda mais nossas Forças Armadas. Pôr fim a essas guerras nos permite fazer outra coisa: restabelecer a liderança americana", acrescentou o presidente.
"Se virem alguém tentando dizer que os Estados Unidos estão decadentes ou que nossa influência está reduzida, não acreditem, já que esta é a verdade: nossas alianças nunca foram tão sólidas", acrescentou Obama, em sua resposta aos republicanos, apesar de não ter citado Mitt Romney.
Na segunda-feira, Obama visitará a Louisiana (sul) para avaliar os danos provocados pelo furacão Isaac, disse o porta-voz da Casa Branca, pouco depois de ter sido anunciada esta sexta-feira a visita do candidato republicano, Mitt Romney.